Por que Ratinho trocou o Brasil pelo Paraguai? (A Verdade sobre o Gado e o MST)

Por que Ratinho trocou o Brasil pelo Paraguai

Por que Ratinho trocou o Brasil pelo Paraguai? Às vezes, os movimentos mais inteligentes no mundo dos negócios vêm de figuras públicas que pensamos conhecer bem. Suas decisões, quando analisadas de perto, revelam estratégias que vão muito além da superfície. É exatamente o que acontece com a notícia de que o apresentador e empresário Carlos Massa, o Ratinho, obteve sua residência permanente no Paraguai.

Contudo, este evento é mais do que uma simples manchete. A decisão de Ratinho no Paraguai não é a entrada em um mercado novo, mas a escalada de uma presença já estabelecida — ele já possui fazendas no país. Trata-se de um fascinante estudo de caso sobre alocação de capital, risco e visão de futuro. Por trás dessa mudança, existem lições surpreendentes que todo empreendedor deveria observar. Vamos desvendar as cinco mais importantes.

1. A Surpreendente Razão pela Qual Ratinho Abandonou a Pecuária

A primeira lição é sobre saber contra quem lutar. Ratinho revelou que reduziu drasticamente seu investimento em gado, um setor tradicionalmente robusto. A razão não foi uma crise no mercado, mas uma análise fria sobre a competição. Com a entrada da JBS (mencionada por ele como “Freeboy”), ele percebeu que o jogo havia mudado de forma irreversível.

Sua lógica é um exemplo de pragmatismo empresarial:

“Quando a Freeboy entrou no negócio, eu sou um cara de uma visão diferenciada. Quando eu falei ‘pô, bão, ela vai fazer o preço da carne, vai ficar muito grande, vai fazer o preço da carne’. Eu falei ‘eu vou sair’. Você vai brigar com o cachorro grande? Não.”

Essa decisão é uma aula sobre como evitar a competição assimétrica. Em vez de travar uma guerra de preços desgastante contra um gigante capaz de ditar as regras do mercado, ele avaliou o custo de oportunidade. O imenso capital e foco necessários para essa briga seriam mais bem aplicados em nichos menos contestados, como soja, milho e café. A lição é clara: sucesso não é vencer todas as batalhas, mas escolher aquelas onde você tem uma vantagem real.

2. ‘Hoje Eu Não Compraria’: O Fator Decisivo que Afasta Ratinho do Agronegócio Brasileiro

Por que Ratinho trocou o Brasil pelo Paraguai

Ao ser questionado se compraria mais fazendas no Brasil, a resposta de Ratinho foi direta: não. A causa principal não é o preço da terra, mas um fator mais poderoso: a percepção de insegurança jurídica. Ele cita explicitamente o MST, mas sua preocupação se estende ao instável ambiente regulatório do país.

Sua declaração revela um ponto de inflexão para qualquer investidor:

“Eu não tenho segurança jurídica com MST. Hoje eu não compraria. Sim. Pode vir o preço que quiser, eu não compro.”

Essa afirmação, vinda de um grande empresário, é um sinal de alerta. Em setores de investimento de longo prazo e capital intensivo como o agronegócio, a estabilidade das regras e a garantia da propriedade são mais importantes que o preço do ativo. A ameaça de disputas de terra ou mudanças abruptas no “marco regulatório” cria um perfil de risco que nenhum desconto justifica para um investidor prudente. Esse sentimento é o que começa a empurrar capitais para fora do país.

3. ‘O Paraguai Tá Rico’: Desconstruindo a Visão Tradicional do País

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Muitos brasileiros ainda associam o Paraguai às cidades comerciais da fronteira. Ratinho, no entanto, apresenta uma visão completamente diferente, desafiando essa percepção ultrapassada. Para ele, o país vizinho vive um momento de grande prosperidade.

Sua análise é curta e impactante:

“Paraguai é um é um país muito pequeno e agora ficou muito rico. O Paraguai tá rico.”

Essa prosperidade, segundo ele, é alimentada pela migração de empresas brasileiras em busca de um ambiente tributário mais favorável. Aqui, vemos um clássico movimento de “push and pull”. A insegurança jurídica no Brasil atua como o fator de “push” (empurrão), expulsando o capital. Em contrapartida, os impostos baixos e a estabilidade percebida no Paraguai funcionam como o fator de “pull” (atração). Essa dinâmica de arbitragem fiscal posiciona o país vizinho como um destino estratégico para o capital brasileiro que busca um ambiente de negócios mais previsível e rentável.

4. O Paradoxo do Milionário: Ter Casas de Férias e Preferir o Trabalho

O que significa “viver a vida” para quem já alcançou o sucesso financeiro? A resposta de Ratinho é contraintuitiva. Apesar de possuir propriedades nos Estados Unidos e em Portugal, ele confessa que raramente as visita. A verdadeira realização não está no lazer passivo, mas na atividade que lhe dá propósito.

Sua filosofia quebra o clichê da aposentadoria luxuosa:

“O que que é viver a vida? Viajar, ficar na sua fazenda, viajar? Fazer o que você gosta, não é isso? É viver a vida. Não é o fazer o que você gosta? Eu gosto de fazer programa de televisão. Eu gosto de fazer programa de rádio. Eu gosto de vender comercial. Eu gosto de beber cerveja. Eu só faço o que eu gosto.”

Essa visão revela que, para muitos empreendedores de alta performance, a paixão pelo processo de criação e negociação é a verdadeira recompensa. O trabalho não é um fardo a ser abandonado, mas a própria fonte de energia e satisfação. A lição é um lembrete profundo de que o propósito e a alegria são encontrados na jornada, e não apenas no destino final.

Veja também: Mercado Imobiliário no Paraguai: Oportunidade Real ou Armadilha para Investidores?

5. A Influência Silenciosa: Como a Mídia de Ratinho Já Dominava o Paraguai

A decisão de Ratinho de aprofundar seus laços com o Paraguai não é um salto no escuro. É um movimento sinérgico, construído sobre uma base de influência que ele já possuía. Sua TV de Foz do Iguaçu, por exemplo, alcança 70% do território paraguaio, e os paraguaios já consomem a programação do SBT.

Ele não está chegando como um estranho; ele está alavancando seu capital cultural como um ativo estratégico. Essa presença midiática preexistente é uma poderosa ferramenta de mitigação de risco, pois reduz drasticamente os custos de entrada no mercado, construção de marca e estabelecimento de confiança. Somando-se ao fato de que ele já possui terras no país, o movimento se revela uma expansão inteligente que aprofunda laços em um mercado onde ele já é uma figura conhecida e respeitada.

Conclusão: Uma Decisão Pessoal ou um Sinal dos Tempos?

A história de Ratinho no Paraguai é, portanto, uma masterclass em alocação de capital moderna: pivotar para longe de lutas domésticas assimétricas, fugir da instabilidade percebida e reinvestir onde uma combinação única de incentivos fiscais e influência cultural preexistente promete um futuro mais seguro e próspero.

A jornada de Ratinho é a história isolada de um empresário ou um prenúncio de uma nova onda de talentos e capitais brasileiros buscando horizontes mais promissores? E para você, o que seria necessário para olhar para o outro lado da fronteira como uma terra de oportunidades?

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