Do Campo ao Planalto: A Voz do Agro Brasileiro no Paraguai e as Críticas ao Governo Lula

Em um cenário de incertezas políticas e econômicas, a opinião de quem produz ganha destaque. Direto do Paraguai, um líder do agronegócio brasileiro levanta questões importantes sobre os rumos do Brasil e o que isso significa para o futuro do campo.

Por que o Paraguai

O agronegócio é, sem dúvida, um dos motores da economia brasileira. Mas, como os produtores que vivem e investem em países vizinhos, como o Paraguai, enxergam o atual cenário político e econômico do Brasil? A perspectiva de quem está de fora, mas com o coração e os investimentos ainda aqui, pode nos dar uma visão única e sincera sobre os desafios que enfrentamos.

Recentemente, a voz de Andre Rigo, um importante produtor brasileiro e presidente da Câmara de Comércio Paraguai-Brasil no Alto Paraná, ecoou com críticas contundentes à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, que conhece bem as realidades de ambos os lados da fronteira, traça um paralelo preocupante entre os dois países, especialmente no que diz respeito ao ambiente de negócios e à segurança jurídica.

O Contraponto de um “Brasiguaio”: Por que o Paraguai Atrai Produtores?

Para entender as críticas, primeiro precisamos olhar para o que tem feito tantos brasileiros buscarem o Paraguai. Não é apenas uma questão de oportunidade, mas de um ambiente que, segundo Rigo, oferece mais estabilidade e previsibilidade para quem quer trabalhar e investir.

As Vantagens do Ambiente de Negócios Paraguaio

  • Menos Burocracia: O Paraguai é frequentemente citado como um país com um sistema menos complexo e mais ágil para a abertura e manutenção de empresas.

  • Segurança Jurídica: A percepção de que as “regras do jogo” são mais claras e estáveis é um fator crucial para a tomada de decisão de grandes investidores.

  • Carga Tributária: Uma carga de impostos mais amigável é um dos principais atrativos para a produção agrícola e outros setores.

É nesse contexto que as críticas ao Brasil se tornam mais nítidas. Rigo aponta que, enquanto o Paraguai parece remar a favor do desenvolvimento, o Brasil patina em questões que geram insegurança e afugentam investimentos.

As Críticas ao Governo Lula: Incerteza e o “Custo Brasil”

O ponto central da análise de Andre Rigo é a falta de uma direção clara e confiável na política econômica do atual governo brasileiro. Ele argumenta que as ações e a retórica da gestão de Lula têm criado um clima de desconfiança que impacta diretamente o agronegócio e outros setores produtivos.

Insegurança Jurídica e Política em Foco

A principal preocupação levantada é a instabilidade jurídica no Brasil. Mudanças constantes em regras fiscais, discursos que questionam a propriedade privada e um ambiente político polarizado criam um cenário onde o produtor não se sente seguro para investir a longo prazo. Essa percepção de risco é o que muitos chamam de “Custo Brasil”, um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que atrapalham o crescimento.

Segundo a visão do líder rural, essa instabilidade contrasta fortemente com o esforço do Paraguai para se mostrar como um porto seguro para o capital.

O Futuro do Agro: Entre o Brasil e o Paraguai

A análise de um brasileiro que lidera o agro no exterior serve como um termômetro. Ela reflete a preocupação de um setor vital para a nossa economia, que se vê diante de um dilema: continuar apostando no Brasil, apesar dos obstáculos, ou buscar horizontes mais seguros?

A mensagem é clara: para que o Brasil não perca ainda mais investidores e continue sendo um protagonista no agronegócio global, é preciso oferecer mais do que apenas terra fértil. É necessário garantir segurança, previsibilidade e um ambiente de negócios que incentive, em vez de punir, quem produz. O recado do campo, mesmo quando vem do outro lado da fronteira, precisa ser ouvido no Planalto.

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